sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Carta a infância


Amigo,


A cada dia que passa, sinto mais saudades de você, do seu jeitinho de rir, cantar, pular... Como você faz falta para mim e para todos aqui. Não entendo porque você se foi tão rápido e nem nos disse adeus.


Está tudo tão vazio aqui sem você! Não sei nem ser eu mesma, ah! Como você me faz falta. Em todo lugar que vou me lembro de você, a cada música tocada e cantada caiem lágrimas dos meus olhos, pois me lembro de você pulando, rindo e dançando. Todos achavam tão lindo!


Os seus brinquedos estão todos aqui do mesmo jeitinho que você deixou, alguns estão quebrados e rachados, porém quase todos estão inteiros, mostrando-me que não brincou de ser feliz, mas deixou-se ser.


Essa semana lembrei a frase que você sempre dizia quando fazia algo errado. E como é verdade, que na vida o importante é ser feliz! E isso me fez lembrar de como somos “pequenos de alma”; de como somos covarde com nós mesmos e com o que sentimos.


Lembrei o seu do jeito de viver, você não tinha medo de subir em árvores e cair, na realidade nem se lembrava que isso poderia acontecer. Você pulava muros e roubava frutas no quintal. Jamais se recearia em se machucar ou até mesmo quebrar seus brinquedos mais preciosos.


Que saudade de você! De te colocar no colo, te sentir aqui dentro de mim. O que eu mais queria, era poder dormir e acordar com você aqui comigo! É... Eu iria sair correndo pularia por cima dos obstáculos, pisaria em orgulhos, sem medo de mim “sujar de dor”.


Brincaria e quebraria alguns brinquedos, até mesmo o meu melhor brinquedo. Até meu coração eu deixaria se despedaçar, porém tentaria ser feliz. E até quem sabe!? Roubaria um beijo da pessoa amada, sem medo de ter feito algo errado, porque o que importa na vida realmente é ser feliz.


Queria aprender a ser como você e acreditar que a mamãe terá sempre o remédio certo para os meus machucados.



“Pensava em um grande amor e me injuriava por não ter coragem de fazer nada para tê-lo aqui comigo. Desaprendi a ser criança e ser feliz”


- Karina Baracho -

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